top of page

Candomblé

NAÇÕES

 

 

Os escravos brasileiros pertenciam a diversos grupos étnicos, incluindo os Yoruba, os Ewe, os Fon, e os Bantu. Como a religião se tornou semi-independente em regiões diferentes do país, entre grupos étnicos diferentes, evoluíram diversas "divisões" ou nações, que se distinguem entre si principalmente pelo conjunto de divindades veneradas, o atabaque (música) e a língua sagrada usada nos rituais.

A lista seguinte é uma classificação pouco rigorosa das principais nações e sub-nações, de suas regiões de origem, e de suas línguas sagradas:

 

* Nagô ou Iorubá o Ketu ou Queto (Bahia) e quase todos os estados - Língua Yoruba (Iorubá ou Nagô em Português) o Efan na Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo o Ijexá principalmente na Bahia o Nagô Egbá ou Xangô do Nordeste no Pernambuco, Paraíba, Alagoas, Rio de Janeiro e São Paulo o Mina-nagô ou Tambor-de-Mina no Maranhão o Xambá em Alagoas e Pernambuco (quase extinto).

 

* Bantu, Angola e Congo (Bahia, Pernambuco, Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Rio Grande do Sul), mistura de Bantu, Kikongo e Kimbundo línguas. o Candomblé de Caboclo (entidades nativas índios)

 

* Jeje - A palavra Jeje vem do yorubá adjeje que significa estrangeiro, forasteiro. Nunca existiu nenhuma nação Jeje na África. O que é chamado de nação Jeje é o candomblé formado pelos povos fons vindo da região de Dahomé e pelos povos mahins. Jeje era o nome dado de forma pejorativa pelos yorubás para as pessoas que habitavam o leste, porque os mahins eram uma tribo do lado leste e Saluvá ou Savalu eram povos do lado sul. O termo Saluvá ou Savalu, na verdade, vem de "Savê" que era o lugar onde se cultuava Nanã. Nanã, uma das origens das quais seria Bariba, uma antiga dinastia originária de um filho de Oduduá, que é o fundador de Savê (tendo neste caso a ver com os povos fons). O Abomei ficava no oeste, enquanto Ashantis era a tribo do norte. Todas essas tribos eram de povos Jeje[1].(Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo) - língua Ewe e língua Fon (Jeje) o Jeje Mina língua Mina São Luiz do Maranhão o Babaçuê no Pará o Omoloko, Rio de Janeiro e Minas Gerais (quase extinto).

(*) Fonte: Wikipédia

Os Templos

Os Templos de Candomblé são chamados de casas, roças ou Terreiros. As casas podem ser de linhagem matriarcal, patriarcal ou mista:

  * Casas pequenas, que são independentes, possuídas e administradas pelo babalorixá ou ialorixá dono da casa e pelo Orixá principal respectivamente. Em caso de falecimento do dono, a sucessão na maioria das vezes é feita por parentes consanguineos, caso não tenha um sucessor interessado em continuar a casa é desativada. Não há nenhuma administração central.

  * Casas grandes, que são organizadas tem uma hierarquia rígida, não é de propriedade do sacerdote, nem toda casa grande é tradicional, é uma Sociedade Civil ou Beneficente. o Casas de linhagem matriarcal: (só mulheres) assumem a liderança da casa como Iyalorixá. + Ilé Axé Iyá Nassô Oká - Casa Branca-Engenho Velho - considerada a primeira casa a ser aberta em Salvador, Bahia + Ilé Iyá Omi Axé Iyámase do Gantois - Terreiro do Gantois - Salvador, Bahia + Ilé Axé Opó Afonjá - Opó Afonjá - Salvador, Bahia + Ilé Maroialaji - Terreiro do Alaketu - Salvador, Bahia + Zoogodô Bogum Malê Rondó - Terreiro do Bogum - Salvador, Bahia + Querebentan de Zomadônu - Casa das Minas - fundada +/- 1796 - São Luiz, Maranhão + Terreiro São Jorge Filho da Goméia - Terreiro do Portão - Lauro de Freitas, Bahia Ilé Axé Opó Afonjá o Casas de linhagem patriarcal: (só homens) assumem a liderança da casa como Babalorixá no Culto aos Orixá ou Babaojé no Culto aos Egungun. + Ilê Agboulá - Ilha de Itaparica + Sociedade Cultural e Religiosa Ilê Axipá - Ilê Axipá - Salvador, Bahia o Casas de linhagem mista: tanto homens como mulheres podem assumir a liderança da casa. + Ilé Axé Oxumarê - Casa de Oxumare - Salvador, Bahia + Ilé Axé Odó Ogè - Terreiro Pilão de Prata - Salvador, Bahia + Obá Ogunté - Sitio de Pai Adão - Recife, Pernambuco + Kwe Ceja Undé - Roça do Ventura - Cachoeira e São Felix, Bahia + Terreiro da Goméia + Okobalaye - Roça de Xangô - São Gonçalo, Rio de Janeiro A progressão na hierarquia é condicionada ao aprendizado e ao desempenho dos rituais longos da iniciação.

 Em caso de morte de uma ialorixá, a sucessora é escolhida, geralmente entre suas filhas, na maioria das vezes por meio de um jogo divinatório Opele-Ifa ou jogo de búzios. Entretanto a sucessão pode ser disputada ou pode não encontrar um sucessor, e conduz frequentemente a rachar ou ao fechamento da casa. Há somente três ou quatro casas em Brasil que viram seu 100° aniversário.

O Mito da Criação

 

Olodumare o Todo em Tudo, a Natureza, o Algo do Nada, criou o Universo em 4 dias. Em cada dia criou 4 Odus, num total de 16 Odus principais, ou seja, 16 kàdárà (predestinações) possíveis, que desdobrando-se entre si, perfazem o total de 256 odus. Cada Odù aponta uma direção, um ponto de partida e seu término, alterando e influenciando dia após dia a conduta de tudo que possui vida.

 

Os 16 odus principais correspondem aos pontos de adoração do Universo, que são os pontos cardeais, colaterais e sub-colaterais. Itan Dídá Àiyé (história da criação do mundo) Ofun Meji criou o Universo. Após os primeiros momentos da formação do cosmos Ofun Meji deu início à geração de seus filhos (os demais odus). O primogênito foi Oyeku Meji, pois no princípio só havia trevas. Em seguida criou Ejiogbe (segundo alguns relatos ambos nasceram no mesmo dia).

 

Após conceber Oyeku Meji, Ofun Meji entrega-lhe seu cetro real para que com o mesmo abrisse o PORTAL DA LUZ. Tão logo o mesmo fosse aberto surgiria a luz e a mesma se dispersaria pelo Universo, iluminando-o em todas as direções. Ofun Meji recomendou a Oyeku Meji abstinência ao emu. Certo dia Oyeku Meji ao retornar de suas ocupações dispersou-se de seu irmão e embriagou-se com emu, desobedecendo as determinações do pai. Ejiogbe sentiu falta do irmão e retornou pelo caminho percorrido, encontrando-o embriagado e adormecido. Por mais que tentasse não conseguiu acordá-lo. Em face disso Ejiogbe recolheu o cetro real e retornou sozinho ao Orun, onde Ofun Meji os aguardava. Tão logo chegou o pai perguntou: "Onde está teu irmão, o guardião do cetro que conduzes?" "Ele bebeu emu em excesso e adormeceu. Tentei acordá-lo em vão. Como era hora de retornar, resolvi eu mesmo trazer o cetro real." "Tu não bebeste?" "Não! Sabes que não desobedeço às tuas ordens, meu pai." "Sendo assim confiarei a ti a guarda do cetro real. Tu substituirás teu irmão a partir deste instante." Ao se recuperar da embriaguez e sentir a falta do cetro real, Oyeku Meji retornou ao Orun totalmente desnorteado. Ao cruzar os umbrais do orun foi interpelado por seu pai: "Por que me desobedeceste, meu filho?"

 

"Não resisti ao desejo veemente do emu, e o pior é que não sei onde deixei o vosso cetro, e nem onde está meu irmão." "Felizmente ambos não estão perdidos. Teu irmão recolheu o cetro real e o trouxe de volta para mim. Devido ao teu procedimento, de hoje em diante estarás subordinado a teu irmão mais novo."

 

A partir daí é que Ejiogbe passou a ocupar o primeiro lugar por ordem de chegada ao Aiye. Oyeku Meji resignou-se a seguir fielmente Ejiogbe, o qual, piedoso suplicou ao pai: "Oyeku Meji é meu irmão mais velho, e face a sua fraqueza e desobediência tornou-se meu servo, o que me entristece. Seria possível dar a ele a guarda das noites e das trevas, uma vez que confiaste a mim os dias e a luz?" Com pena, Ofun Meji confiou a Oyeku Meji a vigília da noite, das trevas, do sono e da insônia, enfim a guarda de tudo que ocorre à noite, seja na terra, no ar ou nas águas.

 

Mais uma vez Ofun Meji chamou Ejiogbe a sua presença e o encarregou de disseminar a luz aos mais longínquos recantos do Universo, criando assim as estrelas. Deu-lhe como auxiliar Èsù (por isso Exu percorre os quatro cantos do mundo com seu ogó). As determinações foram cumpridas, ficando do alto do céu o sol a reinar sobre os dias e a lua sobre as noites, e as estrela a brilhar nas madrugadas.

CRENÇAS

Candomblé é uma religião monoteísta, embora alguns defendam que cultuvem vários deuses, o deus único para a Nação Ketu é Olorum, para a Nação Bantu é Zambi e para a Nação Jeje é Mawu, são nações independentes na prática diária e em virtude do sincretismo existente no Brasil a maioria dos participantes consideram como sendo o mesmo Deus da Igreja Católica. Os Orixás/Inquices/Voduns recebem homenagens regulares, com oferendas, cânticos, danças e roupas especiais. Mesmo quando há na mitologia referência a uma divindade criadora, essa divindade tem muita importância no dia-a-dia dos membros do terreiro, como é o caso do Deus Cristão que na maioria das vezes são confundidos.

 

* os Orixás da Mitologia Yoruba foram criados por um deus supremo, Olorun (Olorum) dos Yoruba; * os Voduns da Mitologia Fon ou Mitologia Ewe, foram criados por Mawu, o deus supremo dos Fon; * os Inquices da Mitologia Bantu, foram criados por Zambi, Zambiapongo, deus supremo e criador.

 

O Candomblé cultua, entre todas as nações, umas cinquenta das centenas de deidades ainda cultuadas na África. Mas, na maioria dos terreiros das grandes cidades, são doze as mais cultuadas. O que acontece é que algumas divindades têm "qualidades", que podem ser cultuadas como um diferente Orixá/Inquice/Vodun em um ou outro terreiro. Então, a lista de divindades das diferentes nações é grande, e muitos Orixás do Ketu podem ser "identificados" com os Voduns do Jejé e Inquices dos Bantu em suas características, mas na realidade não são os mesmos; seus cultos, rituais e toques são totalmente diferentes. Orixás têm individuais personalidades, habilidades e preferências rituais, e são conectados ao fenômeno natural específico (um conceito não muito diferente do Kami do japonês Xintoísmo). Toda pessoa é escolhida no nascimento por um ou vários "patronos" Orixá, que um babalorixá identificará.

Alguns Orixás são "incorporados" por pessoas iniciadas durante o ritual do candomblé, outros Orixás não, apenas são cultuados em árvores pela coletividade. Alguns Orixás chamados Funfun (branco), que fizeram parte da criação do mundo, também não são incorporados.

(*) Fonte: Wikipédia

 

SACERDÓCIO

Nas Religiões Afro-brasileiras o sacerdócio é dividido em:

* Babalorixá ou Iyalorixá -   Sacerdotes de Orixás 


* Doté ou Doné -   Sacerdotes de Voduns 


* Tateto e Mameto -   Sacerdotes de Inkices


* Babalawo -   Sacerdote de Orunmila-Ifa do Culto de Ifá


* Bokonon -   Sacerdote do Vodun Fa 


* Babalosaim -   Sacerdote de Ossaim 


* Babaojé -   Sacerdote do Culto aos Egungun

 

Rio De Janeiro

BRASIL

PAI FERNANDO

DE IBÔ

  • White Facebook Icon
  • White Twitter Icon
  • White Pinterest Icon
  • White Instagram Icon

© 2015 by PAI  FERNANDO DE IBÓ . Proudly created with Urban World Solution

 

bottom of page